A aula do dia 16 de Março, terça-feira, foi iniciada com observações sobre a situação dos blogs criados como atividade da disciplina. Foram apontando os números de postagens e outras instruções sobre a manutenção dos blogs.
Seguido das colocações sobre os blogs aconteceu a discussão sobre algumas notícias veiculadas na mídia e que têm alguma relação com os temas tratados na disciplina. As notícias foram:
· Processo do canal de televisão MTV contra o site YouTube, por veiculação de conteúdo sem respeito aos direitos autorais pertecentes ao canal.
· Anúncio da saída do Google da internet chinesa devido a problemas com controle e censura de conteúdo.
Foi discutida a maneira como as relações com questões autorais se transfiguraram depois do surgimento da internet e acabou por “relativizar” alguns dos valores que eram invioláveis até o advento desse fenômeno. Isso fica claro, por exemplo, na configuração de como se dá o consumo de música pela internet atualmente, o que pode ser visto desde um contraponto a uma analogia ao modelo de pirataria que ainda é bastante recorrente nesta indústria. Referente não só à música, mas aos mais diversos tipos de conteúdo disponíveis na rede, foi colocado que, após a era do upload, estamos agora na era do download.
Outra discussão relevante que ocorreu foi a respeito do monitoramento com câmeras dentro das imediações da Universidade. Foi levantando hipóteses acerca da mudança de comportamento dos indivíduos e até que ponto esse controle digital interferiria, não somente no comportamento individual, mas nas relações interpessoais.
A relação Tecnologia/Sociedade foi um dos temas chave da aula que se seguiu. A complexa situação dessa relação abre espaço para a exposição de diferentes perspectivas de como os fenômenos tecnológicos e seus resultados são vistos dentro da sociedade, algo que é intrínseco à evolução da humanidade.
Foram colocados aqueles que seriam os três níveis nos quais a relação tecnologia/sociedade pode ser analisada: nível estratégico, que se refere a onde se dá o desenvolvimento da tecnologia; o nível retórico, que diz respeito à discussão das justificativas da funcionalidade de casa “nova tecnologia” em surgimento e os questionamentos acerca do desejo e de sua inesgotabilidade e o nível tático, que está ligado à uso propriamente dito dos objetos tecnológicos e como esse uso é operado.
A discussão sobre outra perspectiva da relação citada tema teve como base o texto de Pierry Lévy, “O inexistente impacto da tecnologia”. O autor defende o pensamento de que não se deve considerar um “impacto” aquilo que é causado como consequência da evolução tecnologia, isso porque o homem não é um ser passivo nestas modificações, afinal ele é o agente que as opera. Se tratado como impacto, a impressão que se tem é de quem a tecnologia é algo externo à sociedade, quando na verdade ela é parte dela e de seu desenvolvimento. Vista dessa forma, essa relação seria vista de uma forma que o autor chama “metáfora da balística”, onde os impactos da evolução tecnológica viriam como um “bombardeio” à sociedade. Algo de que Lévy discorda.
Sobre o livro de Flusser, “O mundo codificado”, foram discutidos dois capítulos: A não-coisa II e Rodas. Flusser trata um pouco de uma suposta cultura imaterial, definindo as não-coisas como algo que não pode ser apalpado, sendo informações inconsumíveis. Por outro lado, essas não-coisas ainda continuam presas a coisas.
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